O milho é o produto agrícola mais comercializado globalmente e frequentemente serve como referência para outras safras. A queda nos preços é um mau presságio para os agricultores, que já estão enfrentando redução nos rendimentos devido aos custos elevados de sementes, mão de obra e equipamentos.
As perspectivas favoráveis para a produção de milho no Brasil e na Argentina, juntamente com uma colheita recorde nos EUA no ano passado, contribuíram para a queda de 15% nos contratos futuros de milho em Chicago desde o início do ano.
Por volta das 15h (horário de Brasília), o milho estava sendo negociado a cerca de 4 dólares, após cair para 3,985 dólares.
O preço do milho chegou a ultrapassar os 6 dólares por bushel no final de junho.
A magnitude e a rapidez da queda dos preços têm impactado os agricultores nos EUA, que estão enfrentando grandes estoques de 7,83 bilhões de bushels de milho em suas fazendas até 1º de dezembro, o maior volume registrado nessa data e um aumento de 16% em relação à mínima de nove anos em dezembro de 2022, segundo dados do governo dos EUA.
“Chegar a este nível (4 dólares) não é um bom sinal”, afirmou Jack Scoville, vice-presidente do Price Futures Group, com sede em Chicago.
Os agricultores com estoques de grãos armazenados tentarão evitar vender com prejuízo pelo maior tempo possível, explicou Scoville, mas os preços continuarão sob pressão renovada à medida que os produtores forem forçados a vender para levantar capital.