Decisão unânime do Copom de manter a Selic em 10,50% reduz prêmios na curva de juros, mas críticas de Lula ao BC impactam taxas. Veja como isso afeta os contratos de DI.
Taxas dos DIs Caem Após Decisão do Copom de Manter Selic em 10,50%
As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) passaram por um forte ajuste de baixa nesta quinta-feira, especialmente entre os contratos de prazo mais curto. A decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, conforme esperado pelo mercado, levou investidores a retirar prêmios da curva a termo.
Reação Inicial do Mercado
A sessão começou com uma queda acentuada nas taxas, refletindo a unanimidade na decisão do Copom, que foi vista positivamente pelo mercado. Essa coesão no colegiado reduziu os ruídos gerados na reunião de maio, quando houve uma divisão de cinco a quatro votos a favor de um corte de 25 pontos-base na Selic. A percepção de uma possível influência política no Banco Central, devido à futura substituição do presidente Roberto Campos Neto por um indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi atenuada pela unanimidade na decisão.
Impacto das Declarações de Lula
Apesar da reação inicial positiva, as críticas de Lula ao presidente do Banco Central e à decisão do colegiado influenciaram negativamente as taxas, que encerraram o dia longe das mínimas. Lula acusou Campos Neto de favorecer especuladores e lamentou a interrupção dos cortes de juros, enfatizando que o Brasil é o maior prejudicado com essa decisão. Essa retórica levou as taxas dos DIs a se distanciar das mínimas do dia.
Desempenho dos Contratos de DI
No final da tarde, as taxas dos principais contratos de DI apresentaram as seguintes variações:
- DI para janeiro de 2025: 10,625% (ante 10,712% do ajuste anterior)
- DI para janeiro de 2026: 11,225% (ante 11,349% do ajuste anterior)
- DI para janeiro de 2027: 11,61% (ante 11,669% do ajuste anterior)
- DI para janeiro de 2031: 12,2% (ante 12,166% do ajuste anterior)
- DI para janeiro de 2033: 12,22% (ante 12,173% do ajuste anterior)
As taxas dos contratos mais longos mostraram menos variação ao longo do dia, influenciadas por preocupações com o equilíbrio fiscal brasileiro e a alta dos rendimentos dos Treasuries no exterior.
Perspectivas Futuras
A decisão do Copom sugere a intenção de manter a Selic em 10,50% pelos próximos meses, embora um retorno aos cortes não esteja descartado, dependendo das condições econômicas futuras. No fechamento, a precificação da curva indicava uma probabilidade de 77% de manutenção da Selic em 10,50% na próxima reunião do Copom em julho, e 23% de chance de um aumento de 25 pontos-base.