Coinbase se adapta às novas regras da UE sobre stablecoins

A regulamentação de criptoativos da UE, conhecida como MiCA, está impondo uma supervisão rigorosa sobre as empresas do setor, incluindo a Coinbase. A exchange de criptomoedas anunciou que removerá stablecoins que não cumprem as normas europeias até o final de 2024. Essa ação se alinha com a implementação do MiCA, que visa intensificar o controle sobre os ativos digitais na União Europeia.

Coinbase e sua adaptação à regulamentação

Recentemente, a Coinbase confirmou seu compromisso com a conformidade regulatória. Assim, em uma declaração feita em 4 de outubro, um porta-voz da empresa destacou que pretende restringir a prestação de serviços a usuários do Espaço Econômico Europeu (EEE) em relação a stablecoins não conformes. Isso ocorrerá até 30 de dezembro de 2024. Dessa forma, a Coinbase garantirá que apenas stablecoins que atendem aos requisitos do MiCA estarão disponíveis para seus usuários.

Além disso, a Coinbase informou que os usuários do EEE terão opções de conversão para stablecoins conformes, como a USD Coin (USDC) da Circle, nos próximos meses. Assim, a Circle foi uma das primeiras emissoras a cumprir os requisitos regulatórios do MiCA, solidificando sua posição no mercado.

Impactos da regulamentação de criptoativos da UE

A regulamentação de criptoativos da UE começou a afetar diretamente tokens importantes, como o Tether (USDT). O MiCA exige que todas as stablecoins disponíveis no EEE possuam uma licença de dinheiro eletrônico em pelo menos um estado-membro da UE. Por essa razão, tokens que não cumprirem esses requisitos poderão ser removidos de plataformas como a Coinbase.

Portanto, a pressão para conformidade aumentará à medida que mais exchanges e empresas busquem se ajustar às novas regras. Exchanges como OKX, Bitstamp e Uphold já estão implementando medidas semelhantes para limitar a disponibilidade de stablecoins não conformes.

A corrida pela conformidade e novos desafios

A corrida pela conformidade está em pleno andamento, já que a Coinbase e outras plataformas se esforçam para atender aos requisitos do MiCA. Além disso, o ambiente competitivo no mercado de stablecoins está se intensificando. Empresas como Robinhood e Revolut estão explorando o desenvolvimento de suas próprias stablecoins para desafiar a dominância de Tether e Circle.

Recentemente, a fintech francesa Next Generation e a instituição de dinheiro eletrônico Decta, com sede na Irlanda, anunciaram planos para reintroduzir uma stablecoin atrelada ao euro, a EURT, na blockchain Stellar. Com isso, elas pretendem aproveitar a clareza regulatória do MiCA para atender à crescente demanda por ativos digitais lastreados em euro.

Aumento na demanda por stablecoins regulamentadas

À medida que as regulamentações da UE entram em vigor, a USDC está experimentando um aumento significativo nas negociações. Em julho, logo após as regulamentações relacionadas às stablecoins serem implementadas na UE, o volume de negociação da USDC disparou 48%. Consequentemente, a USDC está se posicionando como uma stablecoin líder em conformidade com o MiCA.

Os planos da Coinbase de oferecer opções de conversão podem consolidar ainda mais sua presença no mercado europeu, tornando-a uma escolha preferida para usuários que buscam ativos digitais regulamentados. Além disso, isso poderá aumentar a confiança dos investidores nas stablecoins que cumprem as normas da UE.

Conclusão

A regulamentação de criptoativos da UE está forçando a Coinbase e outras exchanges a se adaptarem às novas regras, visando uma supervisão mais rigorosa sobre o setor. Em suma, a decisão da Coinbase de remover stablecoins não conformes até 2024 demonstra seu compromisso com a conformidade regulatória. Assim, a regulamentação poderá aumentar a confiança dos usuários em ativos digitais aprovados, beneficiando o mercado como um todo.


“Impacto da regulamentação sobre as criptomoedas no mercado europeu”