Banco Central Reduz Projeção de Crescimento para 2025 e Mantém Alerta Sobre Inflação

O Banco Central (BC) divulgou um novo Relatório de Política Monetária que reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025 para 1,9%, abaixo da estimativa anterior de 2,1%. A previsão também fica aquém da estimativa do Ministério da Fazenda, que espera uma expansão de 2,3%, podendo chegar a 2,5%, conforme indicado pelo ministro Fernando Haddad.

Já o mercado financeiro, segundo a pesquisa Focus mais recente, projeta um crescimento de 1,98% para o próximo ano.

Motivos para a Revisão do PIB

De acordo com o BC, a revisão reflete uma desaceleração esperada em setores cíclicos da economia, como consumo das famílias e investimentos. No entanto, esse impacto negativo é parcialmente compensado pelo forte crescimento da agropecuária, pelo aumento no valor do salário-mínimo e pela liberação de recursos extras do FGTS, fatores que devem impulsionar a atividade econômica no primeiro trimestre de 2025.

Apesar desse cenário, o BC alerta que a análise do crescimento econômico no início do ano deve ser feita com cautela, pois sofre influência sazonal.

Inflação Ainda Acima da Meta

O relatório também destacou que a inflação deve permanecer acima do limite da meta de 3% ao longo de 2025. As projeções apontam para um índice acumulado em 12 meses entre 5,5% e 5,6% nos três primeiros trimestres do ano, caindo para 5,1% no final do período.

O cenário só melhora em 2026, quando a inflação deve cair para 3,7%, e em 2027, quando a expectativa é de 3,1%, já dentro da margem de tolerância, mas ainda acima do centro da meta estabelecida.

O BC destacou que a persistência da inflação acima da meta torna o processo de convergência mais desafiador e reforça a necessidade de monitoramento contínuo da política monetária.

Chances de Estouro da Meta Crescem

A probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta ao final de 2025 subiu para 70%, contra 50% na estimativa anterior. Para 2026, a chance de estouro foi ajustada de 26% para 28%.

Essa piora nas projeções reflete o aumento da pressão inflacionária recente e a desancoragem das expectativas do mercado, fatores que podem exigir ajustes adicionais na política monetária.

Perspectivas para a Política Monetária

O BC reafirmou a mensagem da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), sinalizando que o corte da taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião pode ser menor do que 1 ponto percentual, caso o cenário esperado se confirme.

Com a inflação persistentemente acima da meta e as incertezas sobre o crescimento econômico, a condução da política monetária seguirá sendo um dos principais desafios do BC nos próximos meses.

Conclusão

A revisão para baixo do crescimento econômico e a previsão de inflação acima da meta demonstram um cenário econômico desafiador para o Brasil em 2025. O BC segue monitorando de perto os indicadores econômicos, e ajustes na política monetária podem ser necessários para garantir a estabilidade econômica e o cumprimento das metas estabelecidas.