Bancos Globais Reduzem Projeções para Crescimento da China em 2025 Devido a Tarifas Agressivas dos EUA

Os bancos globais estão reduzindo suas provisões para o crescimento econômico da China em 2025, citando as tensões comerciais com os Estados Unidos como o principal fator de desaceleração. Apesar de um primeiro trimestre robusto, com um crescimento do PIB de 5,4% (acima dos 5,1% esperados), as tarifas agressivas impostas pelo governo Trump estão pressionando as exportações chinesas e gerando incertezas no mercado.

Neste artigo, analisaremos:

  • As razões por trás da revisão das projeções econômicas.
  • O impacto das tarifas dos EUA na economia chinesa.
  • As possíveis medidas de estímulo que a China pode adotar.

Por Que os Bancos Estão Revisando as Projeções para a China?

Há apenas um mês, alguns bancos haviam ajustado para cima suas previsões, animados com os sinais de recuperação econômica nos primeiros meses de 2025. No entanto, a escalada das tensões comerciais entre China e EUA levou a uma revisão drástica.

Em 2 de abril, o governo Trump anunciou tarifas recíprocas sobre produtos chineses, elevando as taxas para 145% em algumas categorias. Como resposta, a China impôs medidas retaliatórias, criando um cenário de quase embargo comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Segundo a Reuters, a expectativa de crescimento do PIB chinês em 2025 caiu para 4,5%, abaixo da meta oficial de 5,0%.


O Impacto das Tarifas dos EUA na Economia Chinesa

1. Queda nas Exportações

A UBS estima que as tarifas americanas podem reduzir o crescimento chinês em mais de 2 pontos percentuais. Além disso, as exportações para os EUA podem cair 2/3 nos próximos trimestres, com uma redução de 10% no total das exportações em 2025.

2. Pressão no Mercado de Trabalho

O Goldman Sachs alerta que entre 10 a 20 milhões de trabalhadores chineses estão expostos às exportações para os EUA. Com a queda na demanda, o desemprego pode aumentar, pressionando ainda mais a economia.

3. Desaceleração Global

A Société Générale e o Citi destacam que, além das tarifas, a economia global em desaceleração também contribui para a redução das projeções.


Como a China Pode Reagir? Medidas de Estímulo em Discussão

Diante desse cenário, o governo chinês deve acelerar políticas de estímulo para compensar o impacto das tarifas. Algumas medidas em discussão incluem:

1. Expansão da Demanda Interna

O Citi sugere que a China pode injetar 1 a 1,5 trilhão de yuans (US$ 205 bilhões) em financiamento adicional para estimular o consumo interno.

2. Afrouxamento Monetário e Investimentos

A Morgan Stanley prevê que o governo pode antecipar um pacote de estímulo de 2 trilhões de yuans, incluindo:

  • Redução de juros.
  • Emissão antecipada de títulos para infraestrutura.
  • Subsídios para consumo e fertilidade.

3. Redução de Dependência das Exportações

A China deve acelerar a transição para um modelo mais baseado em tecnologia e consumo interno, reduzindo a dependência do mercado americano.


Conclusão: Um Ano Desafiador para a Economia Chinesa

A combinação de tarifas elevadas, queda nas exportações e desaceleração global está levando os bancos a reduzirem suas projeções para a China em 2025. Embora o primeiro trimestre tenha superado expectativas, os próximos meses serão cruciais.

Se o governo chinês conseguir implementar medidas de estímulo eficazes, pode mitigar parte do impacto. No entanto, sem um acordo comercial com os EUA, o crescimento deve ficar abaixo da meta oficial.

Fique atento: Se as tensões comerciais persistirem, novas revisões nas projeções podem surgir nos próximos meses.

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