Ações globais atingem máximas históricas impulsionadas pela queda das tensões no Oriente Médio e perspectivas positivas para a inflação e cortes nas taxas de juros nos EUA. Entenda o cenário atual do mercado e o impacto dos preços do petróleo.
As ações globais fecharam próximas das máximas históricas na última quarta-feira, impulsionadas pela redução das tensões no Oriente Médio e pelo foco renovado dos investidores nas perspectivas da inflação e das taxas de juros nos Estados Unidos.
O mercado, que vinha reagindo de forma volátil às incertezas geopolíticas recentes, teve um alívio após sinais de cessar-fogo entre Israel e Irã, diminuindo o risco de interrupções no comércio global de petróleo. Com isso, as atenções se voltaram para a análise da inflação americana e para as possíveis decisões do Federal Reserve (Fed) sobre os juros.
Ações globais e índices americanos em alta
Os principais índices de ações nos Estados Unidos apresentaram comportamento misto, mas otimista. O S&P 500 e o Nasdaq se aproximaram de novas máximas históricas, impulsionados especialmente pelos ganhos nas ações do setor de tecnologia e serviços de comunicação.
- O S&P 500 subiu 0,17%, atingindo 6.102,26 pontos.
- O Nasdaq Composite avançou 0,44%, chegando a 19.999,51 pontos, muito perto de sua máxima histórica.
- Já o Dow Jones Industrial Average caiu levemente, 0,10%, fechando em 43.045,70 pontos.
Na Europa, o cenário foi diferente, com as ações recuando 0,5%, reflexo da cautela entre investidores diante da incerteza sobre a inflação e o impacto dos conflitos no Oriente Médio. No mercado asiático, o índice MSCI de ações da região Ásia-Pacífico (exceto Japão) registrou alta de 0,8%.
O índice MSCI de ações globais também atingiu um novo recorde, subindo 0,05% e fechando em 903,46 pontos.
Petróleo em recuperação após quedas intensas
O petróleo bruto, que vinha em queda acentuada nos últimos dias, mostrou sinais de recuperação. Os futuros do petróleo Brent subiram 0,94%, para US$ 67,80 o barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), referência dos EUA, avançou 1%, para US$ 65,04 o barril.
Essa recuperação ocorre após uma queda superior a 10% em apenas duas sessões, motivada inicialmente pelos ataques dos EUA às instalações nucleares do Irã. O cessar-fogo e a diminuição das tensões entre Israel e Irã ajudaram a conter temores sobre possíveis interrupções no fornecimento de petróleo.
Segundo Sandy Villere, gestora de portfólio da Villere & Co em Nova Orleans, o mercado enfrenta uma espécie de “cabo de guerra” entre os impactos das tensões geopolíticas, a inflação e os preços do petróleo. Para ela, a estabilização dos preços do petróleo aliada ao controle da inflação seria o cenário ideal para o mercado, alinhado com as declarações recentes do presidente do Fed, Jerome Powell.
Foco nos discursos do Federal Reserve
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, retomou seus depoimentos no Congresso nesta quarta-feira, diante do comitê bancário do Senado, após ter se apresentado na Câmara dois dias antes. Suas declarações são observadas de perto pelos investidores, que buscam pistas sobre os próximos passos da política monetária americana, principalmente sobre possíveis cortes nas taxas de juros.
O mercado espera que Powell mantenha uma postura conciliadora, sinalizando que a inflação está sob controle e que os cortes nos juros podem acontecer em breve, o que tem alimentado o otimismo nas bolsas.
Cenário geopolítico em estabilidade
O conflito de 12 dias entre Israel e Irã teve um fim rápido, o que foi destacado pelo presidente Donald Trump durante uma cúpula da Otan. Ele expressou otimismo quanto a um relacionamento futuro com o Irã, que possa impedir a retomada do programa nuclear iraniano.
Essa melhora no cenário geopolítico reduz significativamente os riscos para a economia global, especialmente para o comércio de petróleo, contribuindo para um ambiente mais favorável aos ativos de risco, como as ações.
Considerações finais
O mercado financeiro global demonstra resiliência diante das recentes incertezas geopolíticas, com ações próximas a máximas históricas e petróleo em recuperação. A combinação do cessar-fogo no Oriente Médio, o controle esperado da inflação americana e as possíveis decisões do Fed sobre as taxas de juros são os principais motores desse cenário positivo.
Investidores devem continuar atentos às declarações dos órgãos reguladores e aos desdobramentos internacionais, mas a tendência atual indica um ambiente mais favorável para o mercado de ações e commodities nos próximos dias.
