O otimismo em torno da Dogecoin (DOGE) pode estar prestes a ser desafiado. Embora o ativo ainda registre um ganho expressivo de 39% na comparação semanal, a movimentação recente sugere que uma correção mais profunda pode estar no horizonte.
Volume em exchanges atinge pico de 6 meses
No último dia 21 de julho, mais de 26,1 bilhões de DOGE foram identificados em exchanges centralizadas — o maior volume desde o início do ano. Com o token sendo negociado a cerca de US$ 0,27, isso representa mais de US$ 7 bilhões prontos para possível venda.
Esse aumento acentuado nos saldos de DOGE nas corretoras tem sido, historicamente, um indicador de pressão vendedora iminente. Sempre que há mais moedas disponíveis nas exchanges, os traders têm maior facilidade para liquidar posições, o que tende a empurrar os preços para baixo.
Casos anteriores reforçam o alerta
Dois episódios recentes ilustram bem essa tendência:
- 11 de maio: DOGE nas exchanges sobe para 23,76 bilhões. O preço cai de US$ 0,23 para US$ 0,21 em apenas seis dias.
- 23 de maio: novo aumento para 23,86 bilhões. Resultado: queda prolongada de US$ 0,225 para US$ 0,15 em menos de um mês.
Seguindo esse padrão, uma nova queda para a faixa entre US$ 0,22 e US$ 0,20 parece cada vez mais plausível.
Diminuição das HODL Waves indica fuga dos holders
Outro dado preocupante vem das chamadas HODL Waves — que mostram há quanto tempo os investidores mantêm seus tokens parados em carteira. E as leituras mais recentes indicam que muitos estão desistindo da estratégia de longo prazo:
- A porcentagem de DOGE mantido entre 3 a 6 meses caiu de 15,06% para 6,44%.
- A faixa de 1 semana a 1 mês recuou de 4,68% para 2,94%.
Ou seja, os holders de médio e curto prazo estão se desfazendo de seus ativos, provavelmente transferindo-os para exchanges para liquidar suas posições. Isso representa uma mudança no sentimento do mercado, que pode acelerar a pressão de venda.
Níveis críticos: DOGE pode romper suporte importante
Atualmente, o principal suporte técnico está em torno de US$ 0,25. Uma quebra abaixo de US$ 0,24 indicaria fragilidade na estrutura de preços, com potencial de queda até a região de US$ 0,22 — zona crítica de suporte usada como base em correções anteriores.
Caso a tendência de baixa se intensifique, um recuo para US$ 0,17 também é possível, o que representaria uma correção de cerca de 33% em relação ao valor atual. Esse nível coincide com a retração de 23,6% de Fibonacci, considerada uma área chave para decisões técnicas.
E o que pode mudar esse cenário?
Apesar do viés pessimista atual, um rompimento acima de US$ 0,28 poderia reverter a pressão, principalmente se vier acompanhado de uma redução nos saldos de DOGE em exchanges e entrada de novos investidores.
Conclusão:
Embora a Dogecoin ainda esteja em patamar elevado comparado à semana passada, os dados on-chain e os padrões históricos sugerem cautela. Com bilhões prontos para venda e investidores abandonando posições de longo prazo, o cenário aponta para uma potencial correção — a menos que surja um novo impulso comprador nas próximas sessões.


