O Bitcoin começou a semana em queda, cotado a R$ 636.030,75. Veja o que dizem os analistas sobre a possível recuperação até US$ 120 mil e entenda os impactos macroeconômicos e técnicos no preço do BTC.
O Bitcoin (BTC) iniciou a segunda-feira, 4 de agosto de 2025, cotado a R$ 636.030,75, refletindo um movimento de queda no fim de semana que levou o preço da criptomoeda para US$ 114 mil. Agora, os investidores acompanham atentos a disputa entre touros e ursos: enquanto o primeiro grupo tenta manter o BTC em patamares elevados, o segundo já sinaliza uma possível queda para US$ 110 mil.
Apesar do recuo, especialistas apontam fatores positivos que podem sustentar uma nova recuperação e levar o Bitcoin a testar novamente a resistência psicológica dos US$ 120 mil.
Cenário macroeconômico favorece ativos de risco
De acordo com Fabio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas, o momento macroeconômico tem mostrado sinais favoráveis ao mercado de criptomoedas. “As tarifas estão exercendo pressão limitada sobre os ativos de risco. Além disso, houve avanços regulatórios importantes nos EUA”, destaca.
Dois fatores importantes da última semana são:
- A divulgação de um documento da Casa Branca sobre regulação de stablecoins e ativos digitais;
- O anúncio do Projeto Crypto pela SEC, que propõe modernizar as regras sobre valores mobiliários.
Essas medidas indicam um movimento do governo norte-americano em direção à regulação mais amigável às criptomoedas, o que pode impulsionar a confiança de investidores no mundo todo.
Além disso, dados mais fracos da economia americana, como a revisão negativa na folha de pagamentos de julho, aumentaram a expectativa de corte nos juros pelo Federal Reserve. A probabilidade de redução em setembro ultrapassa 85%, o que derruba o dólar e incentiva o fluxo para ativos de risco — como o Bitcoin.
Recuperação na Ásia e alívio no petróleo
André Franco, CEO da Boost Research, afirma que os mercados asiáticos começaram a semana em recuperação, também puxados pelos dados dos EUA e por expectativas de cortes de juros. Enquanto isso, o petróleo recuou e o ouro permaneceu estável — um cenário geralmente benéfico para o mercado cripto.
Bitcoin em queda técnica, mas com sinal de força
O BTC caiu no fim de semana, mas estabilizou em torno de US$ 114.248 nesta segunda-feira. Apesar de agosto ser historicamente um mês fraco para o Bitcoin, analistas apontam sinais de possível retomada no curto prazo.
Axel Adler Jr., analista da CryptoQuant, destaca que a oferta dos holders de longo prazo (LTH) começou a diminuir desde o nível de US$ 118 mil, com uma redução de 52 mil BTC.
“Isso sinaliza o início de um ciclo de distribuição, semelhante ao que ocorreu no outono de 2024, quando o preço saltou de US$ 65 mil para US$ 100 mil”, explica.
Já Mike Ermolaev, da Outset PR, acredita que se o BTC mantiver suporte em torno de US$ 111.980, há espaço para estender a recuperação até os US$ 120 mil.
Indicadores técnicos reforçam tendência de alta
O Índice de Força Relativa (RSI) semanal está em 62 pontos, acima da zona neutra de 50, indicando que os touros ainda controlam o mercado. O indicador MACD (Convergência e Divergência das Médias Móveis) continua apontando cruzamento de alta, um dos principais sinais de que o momento ainda é otimista.
Contudo, Paulo Aragão, do podcast Giro Bitcoin, alerta que a lacuna premium negativa na Coinbase indica enfraquecimento da demanda no mercado norte-americano. “É preciso cautela, especialmente diante da recente realização de lucros e menor apetite institucional”, afirma.
Bitcoin hoje: cotação, conversão e destaques do mercado
O preço do Bitcoin em reais nesta segunda-feira é de R$ 636.030,75. Isso significa que:
- Com R$ 1.000, é possível comprar aproximadamente 0,0015 BTC;
- Com R$ 1, é possível adquirir 0,0000015 BTC.
Entre as criptomoedas com maiores altas do dia estão:
- Provenance Blockchain (HASH): +13%
- Ethena (ENA): +11%
- Stellar (XLM): +8%
Já as maiores quedas do dia são:
- Toncoin (TON): -4%
- Story (IP): -3%
- Hyperliquid (HYPE): -2%
Bitcoin: uma revolução digital descentralizada
O Bitcoin é uma moeda digital descentralizada, criada em 2009 por um programador (ou grupo) sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto. Limitado a 21 milhões de unidades, o BTC não pode ser impresso nem controlado por governos ou instituições financeiras.
Todas as transações são registradas de forma transparente no blockchain, um livro-razão público que garante a segurança, rastreabilidade e autonomia financeira dos usuários. Isso torna o BTC não apenas uma moeda, mas também uma ferramenta de liberdade econômica.
Conclusão: tendência de recuperação à vista?
Apesar da correção recente, o contexto geral segue positivo para o Bitcoin. O cenário macroeconômico favorece ativos de risco, os indicadores técnicos mantêm viés de alta e há sinais de que os grandes investidores continuam ativos no mercado.
Se o BTC conseguir manter o suporte em torno de US$ 112 mil e houver melhora na demanda americana, é possível vermos o ativo se aproximar novamente da faixa dos US$ 120 mil ainda este mês.
No entanto, como sempre no mercado cripto, é preciso cautela, gestão de risco e informação antes de qualquer decisão de investimento.
