Wall Street abre a semana com leve alta, investidores atentos às tarifas EUA-China, desempenho de Nvidia e AMD e decisões da Reserva Federal que podem influenciar os mercados.
Wall Street começa a semana em compasso de espera
Os futuros de Wall Street abriram a semana estáveis a levemente positivos nesta segunda-feira (11), com os investidores adotando uma postura cautelosa diante de uma agenda repleta de eventos econômicos, corporativos e geopolíticos. A expectativa é grande em torno das negociações comerciais entre Estados Unidos e China, especialmente após novas tensões envolvendo o setor de tecnologia.
Nvidia e AMD recuam antes de prazo tarifário
As gigantes de semicondutores Nvidia (NVDA) e Advanced Micro Devices (AMD) recuaram no pré-mercado, registrando quedas de 0,6% e 1,6%, respectivamente. As perdas vieram após um acordo em que ambas concordaram em repassar 15% da receita das vendas de chips avançados para a China ao governo norte-americano.
O entendimento fez parte de um pacto comercial temporário entre Washington e Pequim, assinado no início do ano, que expira nesta terça-feira. A possível não renovação desse acordo gera incertezas sobre o acesso das empresas ao mercado chinês e sobre as relações entre as duas maiores economias do mundo.
Expectativa sobre tarifas e política monetária
O presidente Donald Trump também trouxe volatilidade aos mercados ao anunciar novas tarifas para o setor de tecnologia, sem revelar detalhes completos. Essa indefinição mantém investidores em estado de alerta, avaliando possíveis impactos na competitividade das empresas norte-americanas.
Paralelamente, a Reserva Federal (Fed) enfrenta pressão para reduzir as taxas de juros diante de sinais de fraqueza no mercado de trabalho e expectativas de desaceleração econômica. Segundo dados da LSEG, investidores precificam cortes de até 60 pontos-base até dezembro, cenário que, se confirmado, pode impulsionar ativos de risco.
Olhar voltado para inflação e resultados corporativos
A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), prevista para esta terça-feira, é um dos eventos mais aguardados da semana. Um resultado abaixo do esperado pode reforçar as apostas em cortes de juros, enquanto uma inflação persistente poderia limitar o espaço de manobra do Fed.
No campo corporativo, a temporada de balanços trouxe surpresas positivas. A Apple (AAPL), por exemplo, registrou sua maior valorização semanal em cinco anos após anunciar investimentos bilionários nos EUA. Apesar disso, as ações caíram 0,6% nesta segunda-feira, sinalizando realização de lucros.
Destaques corporativos do dia
- AMC Entertainment (AMC): alta de 5,2% após superar estimativas de receita.
- Albemarle (ALB): avanço de 11% com expectativas de redução no excesso de oferta de lítio.
- Lithium Americas (LAC): ganho de 8,2% impulsionado pela decisão da chinesa CATL de interromper produção em uma grande mina.
- Intel (INTC): valorização de 1,7% após notícias sobre visita do CEO Lip-Bu Tan à Casa Branca, apesar de críticas recentes de Trump.
Geopolítica pode influenciar preços do petróleo
Além do cenário econômico, os investidores acompanham o anúncio de uma reunião entre Donald Trump e o presidente russo Vladimir Putin, marcada para sexta-feira. O encontro pretende discutir um possível acordo para encerrar a guerra na Ucrânia, fato que poderia ter impacto direto nas perspectivas de produção e preços do petróleo.
Qualquer sinal de avanço nas negociações tende a reduzir o risco geopolítico e, consequentemente, a pressão sobre as commodities energéticas.
Conclusão: cautela com volatilidade à frente
O início da semana reforça um cenário de cautela nos mercados globais. Entre tarifas, dados de inflação, política monetária e eventos geopolíticos, cada novo anúncio pode alterar rapidamente o humor dos investidores.
Para traders e investidores de longo prazo, o momento exige atenção redobrada às notícias e flexibilidade nas estratégias. Com a combinação de pressões comerciais, movimentos no setor de tecnologia e expectativas sobre o Fed, a volatilidade deve continuar sendo a palavra de ordem em Wall Street nos próximos dias.


