Futuros de Wall Street oscilam com foco em folha de pagamento e lucros corporativos

Futuros de Wall Street oscilam com foco em folha de pagamento e lucros corporativos

Os futuros do S&P 500 e Nasdaq sobem antes do relatório de folha de pagamento não agrícola, enquanto Broadcom dispara com previsões de crescimento em IA e Lululemon cai após corte de lucro. Veja os destaques do mercado hoje.

Introdução

Os principais índices futuros de Wall Street começaram a sexta-feira (05/09) em terreno misto, refletindo a expectativa dos investidores em relação aos dados de folha de pagamento não agrícola dos EUA. Enquanto o Dow Jones recuava 0,07%, o S&P 500 avançava 0,22% e o Nasdaq subia 0,54%, o mercado mostrava cautela, mas também sinais de otimismo alimentados pelos resultados corporativos.

Entre os destaques, a Broadcom (AVGO) disparava após divulgar uma forte previsão de crescimento da receita impulsionada pela inteligência artificial, enquanto a Lululemon (LULU) despencava diante de mais um corte na projeção de lucro.


Broadcom dispara com aposta em inteligência artificial

As ações da Broadcom saltaram mais de 10% no pré-mercado, após a companhia divulgar que espera crescimento robusto em suas receitas ligadas à inteligência artificial. A empresa projetou resultados acima das estimativas para o quarto trimestre e indicou que 2026 poderá marcar um avanço “significativo” em sua divisão de IA.

Esse movimento trouxe alívio ao mercado, especialmente depois do relatório morno da Nvidia (NVDA) na semana anterior, que havia gerado preocupações sobre a sustentabilidade das altas valuations de empresas ligadas à tecnologia.

A performance da Broadcom reforça a tese de que o setor de semicondutores segue sendo um dos motores da alta em Wall Street.


Lululemon decepciona e arrasta Nike

Se a Broadcom animou investidores, a Lululemon trouxe o efeito contrário. As ações da varejista de roupas esportivas caíram 19%, após a empresa cortar novamente sua previsão de lucro anual — a segunda vez consecutiva.

O baque também impactou a rival Nike (NKE), que caiu 1,3% em meio ao pessimismo do setor de vestuário esportivo. A desaceleração na demanda e a pressão sobre margens vêm afetando fortemente esse segmento.


Expectativa pelo relatório de empregos

O grande catalisador do dia, porém, ainda é o relatório da folha de pagamento não agrícola de agosto, previsto para ser divulgado poucas horas antes da abertura de mercado.

Esse dado será crucial para o Federal Reserve (Fed) definir sua próxima decisão de política monetária na reunião marcada para os dias 16 e 17 de setembro.

O consenso do mercado — segundo a ferramenta CME FedWatch — aponta 99% de chance de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros. A leitura vem após sinais de desaceleração no mercado de trabalho, incluindo folhas de pagamento fracas em julho e indicadores divulgados ao longo desta semana.

Para analistas como Garrett Melson, da Natixis IM Solutions, o cenário é de resfriamento gradual:

“Os mercados de trabalho não estão entrando em colapso, mas também não estão reacelerando. A tendência de resfriamento linear continua.”


Índices em alta histórica

Apesar da cautela, o S&P 500 fechou em recorde histórico na quinta-feira, acompanhado por Nasdaq e Dow Jones, impulsionados pela expectativa de corte nos juros.

O índice de referência está próximo de superar a máxima intradiária registrada em 28 de agosto, consolidando um momento de confiança nos mercados.

Vale lembrar que, historicamente, setembro é um mês desafiador para Wall Street: desde 2000, o S&P 500 registra uma queda média de 1,5% nesse período, segundo dados da LSEG.


Outros destaques corporativos

Além de Broadcom e Lululemon, outros papéis movimentaram o pré-mercado:

  • Tesla (TSLA): alta de 1,9%, após a empresa propor um pacote de compensação de aproximadamente US$ 1 trilhão para Elon Musk, condicionado ao cumprimento de metas agressivas.
  • Samsara (IOT): valorização de 11%, após divulgar receita acima das expectativas no segundo trimestre.
  • Criptoativos: ações ligadas a criptomoedas subiram, acompanhando o Bitcoin (BTCUSD), que atingiu sua maior cotação em mais de uma semana. Destaque para MicroStrategy (MSTR) +2,2%, Coinbase (COIN) +1,5% e Riot Platforms (RIOT) +1,8%.

Conclusão

O pregão desta sexta-feira traz um misto de cautela e entusiasmo para os investidores. De um lado, o mercado aguarda ansiosamente os números da folha de pagamento não agrícola, que devem confirmar ou não a expectativa de corte de juros pelo Fed. De outro, os resultados corporativos mostram forças opostas: enquanto a Broadcom fortalece o otimismo em torno da inteligência artificial, a Lululemon sinaliza os desafios enfrentados pelo consumo e varejo.

No curto prazo, tudo indica que Wall Street permanecerá sensível a qualquer surpresa nos dados macroeconômicos. No longo prazo, porém, o apetite por tecnologia e inovação continua sustentando os ganhos dos principais índices.

Veja Também:

Este site tem caráter apenas informativo. Não realizamos transações financeiras e não possuímos vínculo com instituições.