Nvidia investe US$ 5 bilhões na Intel e fortalece parceria para chips de PCs e data centers

Nvidia investe US$ 5 bilhões na Intel e fortalece parceria para chips de PCs e data centers

Nvidia anuncia investimento bilionário de US$ 5 bilhões na Intel em acordo estratégico para o desenvolvimento conjunto de chips para PCs e data centers, aumentando a pressão sobre TSMC e AMD.

A Nvidia (NVDA) anunciou nesta quinta-feira (18) um investimento de US$ 5 bilhões na Intel (INTC) em um acordo que prevê o desenvolvimento conjunto de chips para PCs e data centers. A iniciativa fortalece a posição da Intel em um mercado cada vez mais competitivo e amplia a influência da Nvidia, líder em inteligência artificial, sobre a indústria global de semicondutores.

Impacto imediato no mercado

A notícia repercutiu fortemente em Wall Street. As ações da Intel dispararam mais de 32% no pré-mercado, enquanto a Nvidia avançou mais de 3%. Já a AMD (AMD) caiu quase 4%, pressionada pela nova aliança, e a TSMC (2330), atual fornecedora dos principais chips da Nvidia, recuou cerca de 2%.

Com a transação, a Nvidia passará a pagar US$ 23,28 por ação da Intel, valor ligeiramente inferior ao fechamento da última quarta-feira (US$ 24,90), mas superior ao preço de US$ 20,47 pago recentemente pelo governo dos EUA em sua participação de 10% na Intel.

Após a conclusão do negócio, a Nvidia deverá deter cerca de 4% de participação na Intel, tornando-se um dos principais acionistas da companhia.

Oportunidade de retomada para a Intel

O investimento chega em um momento decisivo para a Intel, que enfrenta anos de tentativas frustradas de recuperação. A companhia, outrora símbolo da indústria de chips, nomeou recentemente Lip-Bu Tan como novo CEO. O executivo já declarou que pretende tornar a operação mais enxuta e ampliar a capacidade de produção somente quando houver demanda garantida.

Com o aporte da Nvidia, a Intel reforça sua reserva de capital, que já havia recebido US$ 2 bilhões da Softbank e US$ 5,7 bilhões do governo dos EUA em semanas anteriores.

Como funciona a parceria técnica

O acordo não envolve a fabricação dos chips da Nvidia pela Intel, mas estabelece uma cooperação tecnológica inédita. Entre os principais pontos:

  • Chips para data centers: a Intel projetará processadores customizados que serão integrados aos chips de IA da Nvidia, utilizando uma tecnologia proprietária que permite comunicação em altíssima velocidade entre os componentes.
  • Servidores de IA: até então, os servidores de IA da Nvidia usavam apenas seus próprios chips. Agora, a Intel terá a chance de lucrar em cada servidor vendido com a integração de suas CPUs.
  • Mercado de consumo: a Nvidia fornecerá à Intel um chip gráfico personalizado para ser integrado aos processadores de PCs, oferecendo desempenho superior frente a concorrentes como AMD.

Essa sinergia poderá gerar várias gerações de produtos futuros, segundo as companhias, ainda sem data oficial de lançamento.

Concorrência sob pressão

A parceria aumenta a pressão sobre rivais estratégicos. A AMD, que desenvolve seus próprios servidores de IA, poderá perder espaço frente ao novo ecossistema Intel + Nvidia. Já a Broadcom (AVGO), que atua em soluções de interconexão chip a chip, também vê crescer o desafio competitivo.

No caso da TSMC, a ameaça é ainda maior: caso a Nvidia avance em sua dependência da Intel, a taiuanesa corre o risco de perder parte de sua relevância como fornecedora principal da gigante de IA.

Declarações oficiais

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, destacou a importância histórica da colaboração:

“Essa colaboração une a IA e a computação acelerada da Nvidia com as CPUs da Intel e o vasto ecossistema x86 – uma fusão de duas plataformas de classe mundial. Juntos, expandiremos nossos ecossistemas e lançaremos as bases para a próxima era da computação.”

Representantes das empresas ressaltaram que o acordo não inclui licenciamento de tecnologia, mas sim troca comercial mútua de chips.

O que esperar daqui para frente

Ainda não há previsão de quando os primeiros produtos conjuntos chegarão ao mercado, mas especialistas acreditam que a parceria pode redesenhar a dinâmica global dos semicondutores.

Se bem-sucedida, a aliança pode dar à Intel o fôlego necessário para voltar a ser protagonista do setor e consolidar a Nvidia como a empresa mais estratégica da era da inteligência artificial.

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