Ouro ultrapassa US$ 3.800/oz pela primeira vez, enquanto analistas projetam valorização até US$ 3.900/oz. Prata e platina também renovam máximas históricas em meio a incertezas políticas e cortes de juros nos EUA.
Os preços do ouro bateram um novo recorde nesta segunda-feira, superando a marca de US$ 3.800 a onça, em meio a expectativas de novos cortes de juros nos Estados Unidos e tensões geopolíticas crescentes. A busca por ativos de refúgio seguro ganhou força diante da possibilidade de paralisação do governo norte-americano e da intensificação do conflito na Ucrânia.
Ouro dispara para máxima histórica
Às 12h27 GMT, o ouro à vista subia 1,5%, sendo negociado a US$ 3.817,16, após alcançar a máxima intradiária de US$ 3.831,19. Já os contratos futuros de dezembro nos EUA avançaram 1%, para US$ 3.846,90.
A valorização foi favorecida pela queda de 0,2% no índice do dólar (DXY), que tornou o metal mais atrativo para compradores estrangeiros. De acordo com o analista independente Ross Norman, o ouro tem refletido “a soma de todos os medos, sejam eles econômicos ou políticos”.
Contexto político e econômico
O presidente dos EUA, Donald Trump, deve se reunir com líderes democratas e republicanos para discutir um acordo que evite a paralisação do governo, prevista para começar já na quarta-feira caso não haja consenso. Esse impasse aumenta a percepção de risco e eleva a procura pelo metal precioso.
Além disso, o Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) divulgado na sexta-feira reforçou as apostas em novos cortes de juros pelo Federal Reserve em outubro e dezembro. Com isso, investidores passaram a antecipar um cenário ainda mais favorável ao ouro.
Segundo Giovanni Staunovo, analista do UBS, “com o Fed pronto para cortar novas taxas nos próximos seis meses, deve haver mais potencial de valorização, com a meta de US$ 3.900/oz”.
O ouro como refúgio e os fatores de alta
Até agora, em 2025, o ouro já acumula alta de 45%, apoiado por fatores como:
- Compras recordes de bancos centrais;
- Crescimento dos ETFs de ouro;
- Dólar enfraquecido;
- Forte demanda de investidores de varejo.
Esse conjunto de elementos cria um ambiente sólido para a manutenção da tendência de valorização do metal.
Prata e platina também em alta
O rali não ficou restrito ao ouro. Outros metais preciosos também registraram fortes movimentos:
- Prata: subiu 1,4% para US$ 46,65 a onça, atingindo o maior patamar em mais de 14 anos;
- Platina: avançou 1,9% para US$ 1.597,18, maior nível em 12 anos;
- Paládio: destoou do movimento e recuou 0,6%, cotado a US$ 1.262.
De acordo com Norman, prata e platina respondem ao aumento da atividade industrial diante das expectativas de cortes de juros, além do fortalecimento dos estoques estratégicos de nações preocupadas com a segurança das cadeias de suprimentos.
Setor de mineração em movimento
Entre as mineradoras, duas gigantes anunciaram mudanças recentes na liderança. A Newmont Corp comunicou que o CEO Tom Palmer deixará o cargo no fim do ano. Já a Barrick Gold Corp surpreendeu o mercado ao anunciar a saída repentina de seu CEO, Mark Bristow.
Essas mudanças trazem mais atenção para o setor, justamente em um momento de valorização expressiva dos metais preciosos.
Conclusão
O cenário atual combina incertezas políticas, tensões geopolíticas e expectativas de cortes de juros — todos elementos que reforçam o papel do ouro como ativo de proteção. Analistas acreditam que a trajetória de valorização deve continuar, com projeções que já apontam para a marca de US$ 3.900/oz.
Com a prata e a platina renovando máximas históricas, o mercado de metais preciosos segue em destaque, consolidando-se como um dos setores mais promissores para investidores em 2025.


