Não há uma ciência exata que estabeleça por A + B o que é um mercado em baixa (bear) e o que é um mercado em alta (bull). O mais comum é considerar uma variação de 20% como a linha divisória oficial. Caiu 20% desde o pico mais recente, temos um bear market. Subiu 20% desde o último período de baixa, bull market.
O Ibovespa tem convivido bastante com ursos e touros nos últimos anos. Entre junho de 2018 e janeiro de 2020, tivemos um bull market vigoroso. O índice partiu de 70 mil pontos e, em um ano e meio, foi a 119,5 mil. Uma taurina alta de 71%.
Então veio a pandemia e o urso saiu da toca. Em março de 2020, o índice tinha desabado para 63,5 mil pontos. Queda de 47%. Nota: a maior parte do tombo aconteceu num piscar de olhos. Foi entre os dias 4 e 23 de março, quando a bolsa caiu de 107,2 mil pontos para os tais 63,5 mil. Um desabamento de 41% em 13 pregões, que fez desse período o bear market mais intenso da história. Mas não o mais danoso.
É que em 6 de janeiro de 2021, o Ibov já tinha recuperado aqueles 119,5 mil pontos do pico anterior, que tinha rolado um ano antes.
Problemático mesmo foi em 2008. Entre maio e outubro daquele ano, o índice caiu 60%, de 73,5 mil pontos para 29,4 mil. Quem entrou em algum fundo que remunera de acordo com o Ibovespa no dia 20 de maio daquele ano só viu o saldo sair do vermelho nove anos depois. Pois é. O índice só voltaria aos 73,5 mil pontos no final de 2017. Uma década perdida, basicamente.
Bom, nosso bear market oficial mais recente aconteceu entre 1 de abril e 15 de julho de 2022, quando o Ibovespa saiu de 121,5 mil pontos para 96,5 mil – queda de 20,5%, a um patamar que não era revisitado desde o final de 2020. Depois disso, o índice voltaria para acima da linha vermelha dos 100k.
Nos EUA, a situação era mais dramática enquanto este texto era escrito, no final de setembro: queda de 24% no S&P 500 desde o último pico, registrado em janeiro deste ano. Ou seja: o mais puro suco de bear market
Fonte: Você S/A.