A BlackRock prevê que os ETFs de Bitcoin e Ethereum serão incluídos em carteiras modelo até o final de 2024, de acordo com Samara Cohen. Descubra como essa mudança pode impactar o mercado financeiro e a estratégia de investimento.
Em uma entrevista recente à Bloomberg, Samara Cohen, diretora de investimentos da BlackRock, antecipou que a inclusão de ETFs (Exchange-Traded Funds) de Bitcoin e Ethereum em carteiras modelo é uma expectativa concreta para o final de 2024. Este desenvolvimento sinaliza uma aceitação crescente das criptomoedas dentro do mercado financeiro tradicional e a adaptação das principais instituições financeiras às novas oportunidades oferecidas pelos ativos digitais.
As carteiras modelo são portfólios de investimentos que funcionam como diretrizes para a gestão dos investimentos dos clientes, ajustadas conforme diferentes níveis de risco e objetivos específicos, como crescimento, rendimento ou preservação de capital. Cohen observou que grandes instituições financeiras, incluindo Morgan Stanley, Wells Fargo e UBS, estão atualmente avaliando os riscos e os benefícios do Bitcoin e do Ethereum para suas carteiras modelo.
A introdução desses ETFs em carteiras modelo representa uma significativa mudança na maneira como os investimentos são geridos. A inclusão de criptomoedas pode proporcionar uma diversificação adicional, o que pode melhorar o perfil de risco-retorno dos portfólios. De acordo com Cohen, embora o Bitcoin e o Ethereum tenham casos de uso distintos, ambos são considerados valiosos como “diversificadores de portfólio” devido às suas características únicas e ao seu potencial de crescimento.
Salim Ramji, chefe global de iShares da BlackRock, projeta que o mercado de carteiras modelo atingirá a marca de US$ 10 trilhões nos próximos cinco anos. Esse mercado está se tornando o método preferido para consultores fiduciários conduzirem seus negócios, oferecendo uma maneira estruturada e eficiente de gerenciar investimentos. Ramji destacou que a BlackRock está alinhando suas estratégias para atender a essa demanda crescente, refletindo o reconhecimento da empresa sobre a importância das carteiras modelo no futuro dos investimentos.
As carteiras modelo, ao incluir uma variedade de classes de ativos, como criptomoedas, podem oferecer benefícios significativos em termos de diversificação. A diversificação é crucial para mitigar riscos e potencializar o retorno dos investimentos, e a adição de ativos digitais pode contribuir para um portfólio mais equilibrado e robusto.
Apesar do crescente interesse em criptomoedas, Cohen esclareceu que a BlackRock não está atualmente considerando a introdução de um ETF Solana. A decisão de focar em Bitcoin e Ethereum é baseada em critérios específicos relacionados à volatilidade e ao interesse do cliente. No momento, a BlackRock não planeja lançar novos ETFs relacionados a outras criptomoedas. Essa abordagem contrasta com a de outras gestoras de ativos, como a VanEck, que tem pressionado pela aprovação de um ETF Solana. O CEO da VanEck, Jan van Eck, reconheceu que a aprovação de um ETF Solana pode demorar mais para ocorrer, refletindo o ritmo mais lento da regulação e a aceitação do mercado para novos produtos.
Cohen também discutiu o desempenho dos ETFs de Ether, que enfrentaram saídas líquidas significativas, totalizando US$ 1,7 bilhão desde seu lançamento. Embora essas saídas possam parecer preocupantes, Cohen não expressou grande inquietação. Ela destacou que muitas das retiradas ocorreram de fundos e veículos com preços mais altos, indicando que os investidores estão buscando oportunidades mais acessíveis para obter exposição ao Ether.
Os ETFs de Ether enfrentaram quatro dias consecutivos de saídas, com apenas um dia de entrada registrado em 23 de julho. Em contraste, os ETFs de Bitcoin, incluindo o IBIT da BlackRock, experimentaram fluxos líquidos positivos, com um quarto dia de entradas registrado em 29 de julho. Esse desempenho sugere um interesse crescente e sustentado em ETFs de Bitcoin, mesmo com as flutuações no mercado.
A antecipação da inclusão de ETFs de Bitcoin e Ethereum em carteiras modelo até o final de 2024 representa um marco significativo para a aceitação das criptomoedas no setor financeiro tradicional. A expectativa é que essa movimentação traga novas oportunidades para diversificação e gestão de portfólio, respondendo à crescente demanda por ativos digitais.
Com grandes instituições financeiras se adaptando e ajustando suas estratégias para incluir criptomoedas, o mercado está se preparando para um período de inovação e expansão no setor de investimentos. A BlackRock, com sua abordagem estratégica, está na vanguarda dessa transformação, moldando o futuro das carteiras modelo e dos ETFs no contexto das criptomoedas.