Controle Chinês de 55% do Hashrate do Bitcoin: Implicações e Rumores

Controle da China sobre o Hashrate do Bitcoin: Implicações e Rumores

Recentemente, Ki Young Ju, fundador da CryptoQuant, gerou um intenso debate na comunidade cripto ao afirmar que a China controla 55% do hashrate do Bitcoin. O controle da China sobre o hashrate do Bitcoin levanta questões cruciais sobre a descentralização da rede e o impacto que essa situação pode ter sobre os mineradores ao redor do mundo.

A Distribuição Global de Mineradores

Pools de mineração como Antpool, F2pool, MARA Pool e Foundry têm equipes de gestão localizadas em determinados países. Contudo, os mineradores que contribuem para esses pools estão geograficamente distribuídos. Isso significa que mesmo pools de mineração chineses incluem mineradores de várias partes do mundo, incluindo os Estados Unidos.

De acordo com uma análise da TheMinerMag, dois pools de mineração dos EUA — MARA Pool e USA Foundry Pool — mineraram 33,6% de todos os blocos em agosto de 2024. Essa porcentagem reflete apenas uma parte da dinâmica global da mineração, pois a taxa de hash proveniente desses pools não reflete apenas os mineradores baseados nos EUA, mas também aqueles que aderiram a pools de mineração operando em outros países. Assim, a alegação de que a China detém uma participação de 55% no hashrate do Bitcoin pode ser simplista e não considerar essa complexidade geográfica.

A Natureza Opa da Mineração de Bitcoin

A natureza opaca da mineração de Bitcoin torna difícil rastrear a exata distribuição geográfica do hashrate. Diferentes fatores, como políticas locais, custos de eletricidade e condições regulatórias, influenciam onde os mineradores escolhem operar. Essa complexidade adiciona nuances às chamadas “guerras globais de hashrate” e à percepção de controle por parte de países, como a China.

Além disso, a segurança da rede Bitcoin depende da diversidade e descentralização do hashrate. Se uma única entidade ou país controlar uma parte significativa do hashrate, isso pode gerar preocupações sobre a integridade e a segurança da rede. O domínio da China, por exemplo, poderia teoricamente permitir que o governo chinês exercesse influência indevida sobre a blockchain do Bitcoin.

A Proibição de Criptomoedas e os Rumores de Mudança

Embora a China tenha imposto uma proibição geral sobre atividades relacionadas a criptomoedas em 2021, rumores começaram a circular em julho de 2024 sobre uma possível reversão dessa proibição, especialmente em relação ao Bitcoin. A comunidade cripto está dividida sobre a veracidade desses rumores, refletindo um ceticismo em relação às intenções do governo chinês.

Recentemente, o governo chinês anunciou um novo marco regulatório para combater a lavagem de dinheiro, que entrará em vigor em 2025. Esse regulamento incluirá disposições específicas para ativos digitais e pode sinalizar uma mudança na abordagem do país em relação às criptomoedas. Essa mudança potencialmente reflete uma adaptação do governo chinês às realidades do mercado global de criptomoedas, onde a demanda e o uso de ativos digitais estão crescendo rapidamente.

Marco Regulatórios e Ameaças à Lavagem de Dinheiro

Mais recentemente, a Comissão de Assuntos Legislativos da China considerou revisar uma decisão anterior da Suprema Corte Popular para estabelecer métodos de monitoramento de novas tecnologias financeiras em relação à lavagem de dinheiro. O porta-voz da comissão, Wang Xiang, mencionou que as instituições financeiras devem avaliar os novos riscos associados às tecnologias emergentes.

O recém-proposto marco regulatório de combate à lavagem de dinheiro busca a colaboração do banco central da China e outras instituições financeiras para oferecer diretrizes sobre como mitigar os riscos de lavagem de dinheiro relacionados a criptomoedas e ativos digitais. Essas ações podem criar um ambiente mais favorável para o desenvolvimento da tecnologia blockchain e das criptomoedas na China.

Implicações para a Comunidade Cripto

A situação atual levanta questões importantes sobre o futuro da mineração de Bitcoin e das criptomoedas na China. O controle de 55% do hashrate pelo país implica um poder significativo na rede Bitcoin, o que pode influenciar a segurança e a descentralização da criptomoeda.

Além disso, a possibilidade de a China reverter sua proibição pode impactar os preços do Bitcoin e a adoção de criptomoedas em nível global. A reabertura do mercado chinês para criptomoedas poderia atrair investidores e mineradores, aumentando a atividade e a liquidez no setor. Por outro lado, se a China mantiver sua proibição, isso poderá levar à migração de mineradores para outras jurisdições mais favoráveis.

Conclusão: O Futuro da Mineração de Bitcoin na China

Em resumo, o controle da China sobre o hashrate do Bitcoin e os rumores sobre a reversão da proibição de criptomoedas são temas complexos e interligados. Enquanto a mineração continua a evoluir globalmente, as ações do governo chinês podem moldar o futuro do Bitcoin e das criptomoedas. A comunidade cripto deve continuar a monitorar essas mudanças e suas potenciais implicações. A descentralização e a segurança da rede Bitcoin dependem da diversidade geográfica dos mineradores, tornando essencial um debate contínuo sobre a concentração de hashrate e as políticas governamentais que a cercam.


Para mais informações sobre o impacto da mineração de Bitcoin na economia global, confira nossa análise sobre a mineração e sua importância.