O Brasil registrou saídas de criptomoedas enquanto o fluxo global de entradas continuou positivo. A análise dos dados recentes mostra que, na semana encerrada em 11 de outubro, o Brasil sacou líquido US$ 1,4 milhão, aproximadamente R$ 7,8 milhões, de fundos de investimento em criptomoedas. Esse comportamento contrasta fortemente com o cenário global, onde foram observadas entradas líquidas de US$ 407 milhões, conforme indicado pela CoinShares.
Além disso, altcoins, que são moedas digitais alternativas ao Bitcoin, têm mostrado um crescimento significativo, com aumentos de até 74%. Isso se deu em um contexto onde o Bitcoin luta para manter a marca de US$ 65 mil. O recente entusiasmo por parte dos bancos nos Estados Unidos tem contribuído para esse aumento, criando um cenário otimista para o mercado de criptomoedas.
A avaliação feita pela CoinShares sugere que o fluxo de entrada nas criptomoedas foi impulsionado por fatores políticos. O cenário atual da corrida presidencial nos Estados Unidos, com a recuperação do republicano Donald Trump em relação à democrata Kamala Harris, é visto de forma positiva pelos investidores. Essa situação política gera expectativas em relação à regulação do setor de criptomoedas, influenciando a percepção do mercado.
Cenário Global e Saídas no Brasil
A análise de fluxos de criptomoedas mostra que outros países também enfrentaram saídas. A Suécia, por exemplo, viu uma saída líquida de US$ 3,6 milhões, enquanto Hong Kong e Suíça registraram retiradas de US$ 800 mil e US$ 300 mil, respectivamente. Em contrapartida, países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Alemanha experimentaram entradas líquidas significativas: US$ 406 milhões, US$ 4,8 milhões, US$ 2 milhões e US$ 800 mil.
Embora as saídas de criptomoedas no Brasil sejam uma preocupação, a situação é muito mais complexa do que simplesmente observar números. O total de ativos sob gestão (AuM) no setor de criptomoedas recuou ligeiramente para US$ 86,65 bilhões, com o Brasil ocupando a sexta posição, com US$ 892 milhões investidos. Os Estados Unidos lideram o ranking, com um expressivo US$ 65,45 bilhões sob gestão.
Análise de Ativos e Tendências
Quando se analisa a performance dos criptoativos, o Bitcoin (BTC) continua a ser o líder indiscutível, com entradas líquidas de US$ 419 milhões no acumulado de sete dias. Altcoins, como XRP e Solana (SOL), também mostraram entradas, enquanto Ethereum (ETH) e Short Bitcoin enfrentaram saídas. O que se observa é uma mudança nas preferências dos investidores, que agora buscam diversificar seus portfólios.
Além disso, as gestoras de criptoativos estão sentindo o impacto das saídas. A Grayscale, uma das principais gestoras, registrou retiradas líquidas de US$ 65 milhões. Por outro lado, fundos como o iShares ETFs da BlackRock, Fidelity ETFs, Bitwise ETFs e ARK 21 Shares experimentaram entradas significativas, mostrando que ainda há apetite por criptomoedas no mercado.
O crescimento de DApps (aplicativos descentralizados) também deve ser mencionado. O DappRadar revelou que o desenvolvimento desses aplicativos de Inteligência Artificial (IA) superou jogos, DeFi e NFTs no terceiro trimestre. Esse crescimento indica uma mudança nas prioridades dos desenvolvedores, que estão se voltando para soluções mais inovadoras e sustentáveis.
Conclusão
O fluxo de saídas de criptomoedas no Brasil contrasta com o cenário global positivo. Embora as saídas de US$ 1,4 milhão possam levantar preocupações, é importante entender o contexto. Os investidores brasileiros podem estar respondendo a condições de mercado e incertezas políticas, enquanto os fluxos globais mostram que ainda há um forte apetite por criptomoedas em outras regiões.
Portanto, à medida que o setor evolui, os investidores precisam acompanhar de perto os desenvolvimentos e as tendências. A situação política nos EUA e os movimentos do mercado global desempenharão um papel crucial nas expectativas futuras. A diversificação dos portfólios e a atenção aos novos desenvolvimentos tecnológicos podem ser as chaves para navegar com sucesso neste ambiente dinâmico.
