Entenda como o dólar em alta e as movimentações globais moldam o mercado financeiro no fim de 2024, impactando ações, criptomoedas e commodities.
A alta do dólar no mercado global em meio a negociações fracas devido ao feriado trouxe novos desdobramentos para o cenário financeiro. Com as ações globais buscando encerrar o ano em alta, impulsionadas por Wall Street, e o Bitcoin permanecendo abaixo de US$ 100.000, o mercado apresenta sinais mistos. Este artigo explora o impacto do dólar, taxas de juros e outros fatores no desempenho das ações, commodities e criptomoedas, além de oferecer uma visão geral das perspectivas de 2024.
O mercado asiático apresentou recuo em um pregão de baixa movimentação. A redução nos volumes é atribuída ao feriado, com mercados como Hong Kong, Austrália e Nova Zelândia fechados. Apesar disso, o índice MSCI de ações da Ásia-Pacífico fora Japão manteve-se em alta semanal de cerca de 1,6%, seguindo a tendência positiva das ações em Wall Street. Esse movimento reflete o otimismo com o crescimento econômico e a febre da inteligência artificial, que têm atraído capital global para os Estados Unidos.
Enquanto isso, o dólar subiu, alcançando máximas em relação a várias moedas. O índice DXY chegou a 108,15, caminhando para um ganho mensal de mais de 2%. Esse fortalecimento impactou diretamente commodities e ouro, que enfrentaram pressão devido à menor atratividade de preços em dólar para investidores internacionais. A alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA também contribuiu para o avanço do dólar, destacando a relação entre política monetária e câmbio.
O rendimento do Treasury de 10 anos subiu para 4,613%, enquanto o rendimento de dois anos foi para 4,3489%. Essas movimentações refletem o ajuste dos mercados às perspectivas de política monetária menos acomodatícia do Federal Reserve. Desde o último pronunciamento de Jerome Powell, os mercados têm precificado cortes mais moderados nas taxas de juros em 2025. Tom Porcelli, economista da PGIM Fixed Income, sugere que o Fed provavelmente aguardará novos dados antes de ajustar suas políticas, mantendo os investidores atentos aos desdobramentos econômicos do próximo ano.
No mercado de moedas, o euro caiu para US$ 1,0399, enquanto o iene atingiu mínimas de cinco meses, cotado a 157,35 por dólar. Os dólares australiano e neozelandês foram os mais impactados, recuando para $0,6238 e $0,5646, respectivamente. Esses movimentos destacam a dominância do dólar em um cenário global de incerteza.
Além do câmbio, o mercado de ações global parece destinado a encerrar o ano em alta, com ganhos significativos impulsionados pela tecnologia e pela recuperação econômica. O índice S&P 500 e o Nasdaq registraram avanços, enquanto ações blue-chip chinesas mostraram ganhos anuais superiores a 10%, graças ao suporte governamental. Por outro lado, o Bitcoin permanece abaixo de US$ 100.000, refletindo ajustes nas expectativas do mercado cripto após movimentos agressivos de reprecificação pelo Fed.
As commodities também acompanharam o movimento de mercado. O petróleo Brent foi negociado a US$ 73,64 por barril, enquanto o ouro avançou para US$ 2.626,19 a onça. Esses ajustes refletem a sensibilidade dos preços às variações cambiais e às políticas econômicas globais. Em particular, o aumento na emissão de títulos governamentais pelo Japão e mudanças legislativas na Rússia, permitindo pagamentos internacionais com criptomoedas, adicionaram novos elementos ao cenário.
À medida que o ano chega ao fim, investidores permanecem focados na política monetária do Fed e nos desdobramentos econômicos globais. Apesar dos ventos contrários, como tensões geopolíticas e desafios macroeconômicos, o mercado demonstra resiliência. A exuberância nas ações de Wall Street, alimentada pelo entusiasmo com a inteligência artificial, continua sendo um motor principal para os ganhos globais.
Em conclusão, a alta do dólar no mercado global reflete a interação de fatores como política monetária, ajustes cambiais e movimentos no mercado de ações. Com as perspectivas para 2024 dependendo da recuperação econômica global e da política do Fed, investidores devem se preparar para um cenário de volatilidade, mas também de oportunidades estratégicas.