A construtora Rossi (RSID3), atualmente em recuperação judicial, anunciou a convocação de uma assembleia extraordinária para deliberar sobre um processo de responsabilidade civil contra membros da família fundadora da companhia. A medida foi aprovada pelo conselho de administração e visa apurar possíveis irregularidades que teriam causado prejuízos à empresa.

Irregularidades Apontadas

De acordo com um fato relevante divulgado ao mercado, a Rossi identificou “uma série de irregularidades” durante uma investigação interna realizada após a mudança na diretoria em outubro de 2024. Os envolvidos na apuração são Fernando Miziara de Mattos Cunha, João Paulo Franco Rossi Cuppoloni e Renata Rossi Cuppoloni Rodrigues. A empresa afirma que os atos desses ex-gestores resultaram em prejuízos financeiros significativos.

A construtora ressaltou que as investigações continuam com o apoio de uma empresa especializada, cujo nome não foi revelado. No entanto, devido à gravidade das evidências já coletadas e ao prazo prescricional estabelecido pela Lei das Sociedades por Ações (Lei das S.A.), a administração optou por convocar a assembleia para deliberar sobre o tema.

O mercado financeiro reagiu à notícia com cautela, pois a incerteza gerada pelo caso pode impactar os investimentos e a recuperação da empresa. Analistas apontam que a situação precisa ser esclarecida rapidamente para evitar mais prejuízos aos acionistas e garantir maior estabilidade ao grupo Rossi.

Posicionamento da Defesa

Fernando Mattos Cunha, ex-presidente da Rossi, rebateu as acusações em comunicado à imprensa. Ele destacou que a ação de responsabilidade proposta pela atual administração da construtora “não é resultado de auditoria independente, ou seja, não existe investigação formal”.

Além disso, Cunha argumentou que a iniciativa ocorre após derrotas judiciais da atual gestão em processos de arbitragem e perante a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O ex-presidente também mencionou que os conselheiros responsáveis pela proposta foram indicados pelo investidor Silvio Tini, cujos direitos políticos na Rossi foram suspensos pela Câmara de Arbitragem do Mercado em dezembro de 2024.

Em defesa de sua conduta, Miziara e os irmãos Rossi reafirmaram seu compromisso com as melhores práticas de governança corporativa, negando qualquer envolvimento em irregularidades.

Impacto para Investidores

O anúncio da assembleia extraordinária pode impactar o mercado financeiro e os acionistas da Rossi (RSID3), visto que a recuperação judicial da empresa já representa um período de incerteza para seus investidores. A expectativa é de que a reunião traga esclarecimentos sobre os prejuízos identificados e sobre os próximos passos que a construtora pretende tomar para reverter a situação.

Especialistas do setor imobiliário indicam que, caso as acusações se confirmem, a Rossi poderá enfrentar penalidades severas, além de danos à sua reputação no mercado. Empresas em recuperação judicial costumam enfrentar desafios para restaurar a confiança de investidores e clientes, tornando esse um momento crucial para a empresa.

Cenário Jurídico e Governança Corporativa

O caso também levanta questões sobre governança corporativa dentro da Rossi e o impacto de disputas societárias na condução dos negócios. A decisão de responsabilizar ex-gestores pode ser um passo para reforçar práticas de transparência e integridade dentro da companhia, demonstrando um compromisso com a ética empresarial.

No entanto, é fundamental que as acusações sejam devidamente apuradas e que haja transparência no processo para evitar maiores prejuízos. O setor imobiliário tem um histórico de desafios jurídicos envolvendo grandes construtoras, e esse caso pode servir de referência para o aprimoramento das regras de governança dentro do segmento.

Conclusão

A convocação da assembleia extraordinária pela Rossi reflete um momento delicado para a empresa, que busca responsabilizar ex-gestores por supostas irregularidades. O desfecho desse processo pode impactar tanto a reputação da companhia quanto sua trajetória de recuperação financeira.

Os próximos passos serão fundamentais para definir o futuro da construtora, tanto no aspecto jurídico quanto no econômico. A expectativa do mercado é de que a Rossi apresente maior clareza sobre os fatos e adote medidas que garantam estabilidade à empresa e segurança aos acionistas.

Acompanhe as próximas atualizações sobre o caso e os desdobramentos que poderão influenciar o futuro da construtora Rossi no mercado.