Resultados Financeiros e Perspectivas para 2025
Apesar do crescimento no lucro, a Ambev prevê desafios para 2025, incluindo maior pressão de custos. A empresa estima uma taxa média de hedge de R$5,49 por dólar, um aumento de 10,3% em relação a 2024. Além disso, os preços do hedge de alumínio são vistos como um fator adverso.
A previsão para o custo do produto vendido por hectolitro (CPV/hl) na divisão de Cerveja Brasil é de um crescimento entre 5,5% e 8,5%, considerando os preços atuais de câmbio e commodities. Em 2024, esse custo registrou uma redução de 2,5%, impulsionado por eficiências operacionais e preços favoráveis de commodities.
A Ambev também enfatiza que a volatilidade do mercado continuará sendo uma realidade em 2025, o que pode impactar suas margens. No entanto, a empresa segue investindo em eficiência operacional para mitigar esses efeitos.
Impacto nos Volumes e Receita
Nos últimos três meses de 2024, a Ambev registrou uma queda de 3,2% nos volumes totais, reflexo de desafios na Argentina e condições climáticas adversas no Brasil. Apesar disso, a receita líquida cresceu 4,2%, impulsionada pelo aumento de 7,7% na receita líquida por hectolitro (ROL/hl).
Na divisão de Cerveja Brasil, os volumes recuaram 3,9%, enquanto a receita líquida teve queda de 1%. Entretanto, a receita líquida por hectolitro cresceu 3%, beneficiada por uma execução disciplinada de estratégias de gestão de receita e um mix positivo de marcas, embora o aumento da base tributável do ICMS tenha limitado os ganhos.
Ainda que tenha enfrentado desafios na Argentina e no Brasil, a Ambev continua apostando na diversificação de seu portfólio para equilibrar as oscilações de mercado e manter seu crescimento sustentável.
Ebitda e Margens Consolidadas
O Ebitda ajustado consolidado da Ambev atingiu R$9,6 bilhões no trimestre, registrando um crescimento orgânico de 9,7% ano a ano. A margem Ebitda ajustada também teve avanço, passando para 35,6%, um incremento de 1,8 ponto percentual.
Já as despesas com vendas, gerais e administrativas, excluindo depreciação e amortização, aumentaram 2,6%, impulsionadas por maiores investimentos em vendas e marketing.
A companhia segue investindo em estratégias de marketing e inovação para fortalecer sua presença no mercado e expandir sua base de consumidores. O desenvolvimento de novos produtos e parcerias estratégicas também está entre as iniciativas para impulsionar o crescimento.
Fluxo de Caixa e Impactos Fiscais
O fluxo de caixa das atividades operacionais somou R$13,9 bilhões, apresentando uma leve queda de 0,2%. O crescimento do lucro líquido foi atribuído ao aumento do Ebitda ajustado e a um melhor resultado financeiro líquido, apesar do impacto do aumento das despesas com imposto de renda no Brasil. A Ambev destacou que conseguiu mitigar os efeitos negativos da depreciação cambial na Argentina em 2023.
Para o futuro, a empresa busca otimizar seus processos internos e aprimorar a gestão financeira para minimizar impactos de oscilações cambiais e de commodities, garantindo estabilidade aos investidores.
Considerações Finais
Apesar dos desafios enfrentados em 2024, a Ambev demonstra resiliência ao apresentar crescimento em receita líquida e lucro líquido ajustado. Para 2025, a empresa está atenta à volatilidade do mercado e pressões de custos, mas reafirma sua ambição de expandir margens e manter uma gestão financeira sólida.
Com a distribuição de dividendos intermediários de R$2 bilhões e projeções cautelosas para o ano, a Ambev segue como uma das principais referências do setor de bebidas no Brasil e na América Latina. A empresa continua investindo em eficiência operacional, gestão estratégica e expansão de portfólio para sustentar seu crescimento a longo prazo.


